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Além do que se vê

Não tenho memória muito boa, minha infância às vezes um espaço em branco. Mas o amor? Este está tão vivo que posso tocá-lo. Está nas músicas que você que escuto aleatoriamente, e até na maneira como ando – até sozinho – pela rua: devagar, para que os passos se acompanhem. Está nos versos e parágrafos, com muito zelo para não amar demais. Porque apenas ele completa, por que o amor se encaixa. E o que mais doi na solidão não é a ausência dele, é a saudade mesmo, coisa que se confunde facilmente.

Às vezes, há Uma insegurança, um ciúme e o atrito fere que vira ódio. E eu sou daqueles que não consegue odiar a quem eu amo, então sobra pra mim. Aí eu penso: Se eu me odiar mais um pouco, explodo de amor próprio. Eu só me odeio porque me amo. Só que de um jeito vicioso, jocoso e miserável. Não, não é nada saudável, eu sei. Mas é cíclico: Na maior parte do tempo não sei sequer descrever o ódio, apenas seu co-irmão.

Dar uma volta pelas voltas que o mundo dá. Rir de tudo que me causa dor (é um desejo, um objetivo?). Se o mundo não girasse e tudo não doesse, não desfrutaria a cor. Quem nunca experimentou a sensação de perda, consegue imaginá-la, claro… Mas o caminho de volta é mais claro por quem já percorreu o de ida. E o amor está além do que se vê.

Música que inspirou: Cohen e Marcela – Além do que se vê (Los Hermanos)

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